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A Floresta Portuguesa

Meus amigos,

O calor está aí a chegar novamente e não me parece necessário estar a repetir o que todos nós já sabemos (embora não pareça).
Leiam o texto abaixo, retirado da Wikipédia
, e retirem as vossas próprias conclusões. Tenham cuidado com os cigarrinhos atirados pela janela do carro, procurem não fazer lixo e ajudem a educar os mais novos e os mais velhos. Por uma vida bem melhor.

Beijinhos e abraços do (eco)Pita.

ps: fotos retiradas sem autorização em diversos sítios da Internet.

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A floresta portuguesa é um ecossistema muito antigo, inicialmente com árvores de folha caduca no Norte do país e árvores de folha perene a Sul. Actualmente, a área florestal portuguesa ascende aos 3 milhões de hectares.





Distribuição das espécies


Quanto à distribuição geográfica, os carvalhos estão presentes em quase todo o território nacional: O carvalho-alvarinho (Quercus robur) no Noroeste, ao longo da faixa litoral Minho-Leiria, onde a temperatura é amena e a humidade elevada; O carvalho-negral (Quercus pyrenaica), juntamente com o castanheiro (Castanea sativa) nas Beiras ou zonas mais elevadas. O sobreiro (Quercus suber) é uma espécie dominante no litoral sul, enquanto a azinheira (Quercus ilex) é mais frequente no interior do país. O carvalho- português (Quercus faginea) é dominante no litoral centro, o carrasco (Quercus coccifera) aparece mais frequentemente nas serranias calcárias e o carvalho-de-Monchique só existe na serra de Monchique. No Algarve predomina a alfarrobeira. Quanto ao pinheiro-manso, está bastante presente na península de Setúbal. Espécies ripícolas como os salgueiros, choupos, amieiro, ulmeiro, plátano, freixo e pinheiro-bravo são encontradas a norte do Tejo, e mais invulgarmente a sul (em pequenos núcleos) ou em subzonas do interior do país. O eucalipto encontra-se em zonas próximas do pinheiro-bravo. Algumas espécies florestais estão mesmo em perigo de extinção: o teixo (Taxus baccata), o azereiro (Prunus lusitanica) e o azevinho (Ilex aquifolium).


As alterações sofridas


A floresta portuguesa é característica de um clima mediterrânico e, em tempos idos, a floresta era constituída, em larga escala, por espécies como o carvalho-alvarinho, Quercus robur, o castanheiro, Castanea sativa, a azinheira, Quercus rotundifolia, o sobreiro, Quercus suber, o medronheiro, Arbustus unedo e a oliveira, Olea europaea sativa. Dessas áreas restam manchas florestais, e das espécies, apenas pequenas zonas ou núcleos.


Causas do declínio


Incêndios




A violência e a extensão dos incêndios nestes últimos anos têm destruído centenas de hectares de floresta. A ausência de uma política de ordenamento e gestão florestal, o desconhecimento real das áreas florestais, a ineficácia das medidas de prevenção e combate dos fogos florestais, o abandono de extensas áreas florestais, associadas a certas situações climatéricas ou a acções negligentes e criminosas, são causas deste elevado número de incêndios.

Num pinhal pouco cuidado, as agulhas que caem nos arbustos, facilitam o caminho do fogo em direcção às copas, estimulando os fogos de temperaturas elevadas, difíceis de dominar. Este tipo de incêndio danifica, inclusivé, as camadas superficiais do solo, e queima os seus componentes orgânico, acelerando o processo de erosão. Em 2002, 68% da área ardida resultou de 213 grandes incêndios, causando prejuízos de cerca de 24 milhões de euros. Os prejuízos em material lenhoso ascenderam aos 56 milhões de euros, sem contar com os custos de combate e reflorestação. Os incêndios contribuem ainda para a emissão de CO2 para a atmosfera (cerca de 10 a 30% por ano). Por outro lado, havendo menos área florestal, o CO2 não é removido pelas plantas, não ficando desse modo retido nas plantas e no solo.




Abate de árvores


O problema associado ao abate de árvores baseia-se no abate desregrado e desenfreado, e na ambição pelas áreas ardidas e matéria-prima. Se após o abate de árvores o terreno for abandonado, a reposição do equilíbrio pode demorar décadas, chegando mesmo a atingir a proporção de milénios. Se não forem tomadas medidas drásticas, cerca de um sexto das florestas mundiais desaparecerá até 2030.



a) Para urbanização Árvores são abatidas para construção de habitações, zonas de lazer (por exemplo, estâncias de golfe ou caça grossa) ou estâncias turísticas, muitas vezes sem um projecto de Impacte Ambiental devidamente formulado.

b) Para construção de infra-estruturas Se a urbanização provoca grandes danos na floresta, a construção de barragens, diques, estradas, pontes, etc. também pode levar a um desequilíbrio, algumas vezes irreversível, na floresta. A título de exemplo, na albufeira do Alqueva foram abatidas 1 milhão e 340 mil árvores: 544 mil azinheiras, 34 mil sobreiros, 133 mil oliveiras e mais de 100 mil árvores ribeirinhas (amieiros, salgueiros e freixos). Milhares de hectares de montados, áreas de azinhal reliquial, áreas de matagal mediterrânico e mais de 200 km de galerias ripícolas (vegetação ribeirinha) foram destruídos, locais onde existiam espécies únicas!

c) Para uso da matéria-prima A sobre- exploração da matéria-prima proveniente de certas espécies (como é o caso da madeira no pinheiro- bravo), para consecutiva utilização na indústria, é um dos principais motivos da desflorestação.

d) Para uso agrícola As árvores são incendiadas ou cortadas para ocupação agrícola, mesmo quando esses terrenos não são adequados para a agricultura. As monoculturas de cereais e outras plantas, para uso humano ou animal, são completamente artificiais, uma vez que resultam da destruição da floresta (ecossistema natural).


Introdução de eucaliptos e pinheiros-bravos




Os eucaliptos foram trazidos da Austrália e Tasmânia e têm sido preferência em relação às espécies nativas, já que se desenvolvem mais rapidamente e têm maior capacidade de regeneração vegetativa (aspecto positivo em caso de incêndio). De início, o principal objectivo de plantar eucaliptos era o de drenar terrenos pantanosos, mas com o desenvolvimento da indústria de celulose a sua expansão generalizou-se a todo o território, mesmo a áreas pouco propícias à sua cultura, como a Beira Interior. Os eucaliptais são pobres em termos de biodiversidade, identificando-se numa floresta nativa 700 casas de aves reprodutoras/km² e na de eucaliptos apenas 100, sendo o curto período de crescimento (média de 12 anos, por vezes menos), não sendo possível a fixação de uma comunidade. Quanto aos pinheiros- bravos, apesar de serem uma espécie nativa, são plantados em excesso (são árvores de crescimento rápido), substituindo outras espécies nativas. Enquanto espécie pioneira da sucessão ecológica, pode ser utilizada na recuperação de solos pobres ou degradados, criando as condições necessárias para as espécies de maiores exigências. A regeneração natural de carvalhos sob o coberto do pinhal é, aliás, frequente em todo o país, no entanto, a prática mais comum é substituir o pinhal por novo pinhal, em vez de aproveitar a regeneração natural das quercíneas. Os pinheiros- bravos são plantados devido à sua madeira, óptima para comercialização.




Declínio de certas espécies


Declínio do sobreiro

Uma praga secundária, o A P. cylindrus, é uma das grandes preocupações em relação aos sobreiros. Atacam essencialmente após o descortiçamento, quando as árvores já estão enfraquecidas. A "morte súbita" do sobreiro e da azinheira é provocada por um fungo exótico, o Phytophthora cinnamomi. Embora tenha sido identificado apenas em 1993, sintomas idênticos foram observados desde o fim do séc. XIX, embora não com a intensidade e gravidade verificada a partir dos anos 80. Pensa-se que o fungo, por si só, não causa a doença, sendo necessário outros factores que provoquem stress nas árvores, em particular após períodos alternados de seca prolongadas e encharcamento do solo. O fungo destroi as raízes finas das árvores, limitando a absorção de nutrientes e água.

Declínio do castanheiro

Certas doenças, como é o caso da doença da tinta, afectam grandemente o castanheiro, sendo uma das causas do seu declínio. A doença da tinta é causada pelo mesmo fungo que ataca sobreiros e azinheiras, Phytophthora cinnamomi.


Implicações decorrentes da destruição das nossas florestas


Implicações económicas:

A floresta e as actividades ligadas a ela representam 3% do "bolo" de lucro da economia (3.100 milhões de euros). Se o declínio da nossa floresta continuar, em breve este lucro deixará de "colaborar" para uma saudável economia nacional.

Em termos de comércio externo, o saldo da balança comercial é extremamente positivo, chegando aos 1.024 milhões de euros (2.748 milhões em exportações e 1.724 em importações). O declínio da floresta representaria uma grande perda para o país.


Implicações sociais:

Mais de 160.000 pessoas têm o seu emprego em áreas relacionadas com a floresta, representando 3,3% da população activa. Os problemas que têm vindo a surgir, relacionados com a floresta, podem deixar estas pessoas sem emprego, o que poderá prejudicar milhares de famílias já com rendimentos baixos. Este é um problema a nível social, mas também a nível económico, já que estimula o aumento da taxa de desemprego.


Implicações ambientais:

A nível ambiental, o declínio florestal em Portugal diminui a biodiversidade, pondo algumas espécies em perigo e levando a que outras desapareçam por completo do nosso País.


A destruição da floresta leva ao desaparecimento da fauna e da flora dessa região, a uma elevada erosão do solo desprotegido, a uma modificação das bacias hidrográficas, muitas vezes com grandes prejuízos materiais e mesmo de vidas humanas.


A importância da Floresta e dos recursos florestais




Alguns números “verdes” relacionados com a floresta, segundo um relatório de Fevereiro de 2003:


Área florestal de 3.349.000 ha, equivalendo a 38% do território nacional!

Cerca de 85% da floresta nacional pertence a privados!

Contribui para a economia nacional em 3.100 milhões de euros, representando 3% das receitas!

Empreende 160.000 trabalhadores, correspondendo a 3,3% da população activa!

Quanto ao comércio externo, o valor das exportações é de 2.748 milhões de euros, de importações é de 1.724 milhões, correspondendo a um saldo positivo de 1.024 milhões de euros!

Uma tonelada de papel reciclado poupa 15 a 20 árvores!



Estes dados falam por si só. A Floresta é importante para a população e para o país.

De um modo geral, à floresta estão associadas actividades como a produção lenhosa, cortiça, celulose (produção de papel), gema, madeira, silvopastorícia, caça, pesca, apicultura, recreio e lazer, providenciando bens e serviços. Desta forma, são criadas oportunidades de rendimento e de emprego em áreas pouco desenvolvidas. Por exemplo, a celulose é muito importante para o país. Portugal é um dos principais produtores e exportadores na área da indústria do papel.

Também a produção de mobiliário se dá numa escala bastante elevada, estando a matéria-prima no nosso país.

Quanto ao lazer, a existência de floresta no nosso país é uma mais- valia nacional, já que há bastantes países interessados neste tipo de turismo.

Quanto à energia, os resíduos florestais, ou a denominada biomassa, se forem bem aproveitados, podem ser muito importantes para o país. Os subprodutos da floresta ou da exploração da indústria da madeira fornecem matéria-prima capaz de produzir energia térmica ou electricidade. A biomassa é de grande utilidade, sendo uma energia que não polui e que recorre à acção da natureza.

A nível ambiental, a floresta contribui para os ciclos da água, do oxigénio e do carbono, assim como para a manutenção da biodiversidade. À medida que a floresta diminui, o mesmo acontece às suas comunidades, em especial aos seres vivos que aí encontram os seus habitats e nichos ecológicos. A diminuição da biodiversidade, de recursos naturais e de todo o ecossistema é uma perda irreparável.


Medidas que devem ser implementadas para proteger a nossa floresta




A nível da prevenção dos incêndios, é muito importante a compartimentação da paisagem, quebrando as extensões ininterruptas de monoculturas de eucalipto e pinheiro, e o incentivo à preservação de espécies autóctones. Relativamente ao combate a incêndios, é importante o grau de preparação dos bombeiros e outras entidades, investir intensamente no estudo das áreas de maior risco, e garantir que existem acessos a densas áreas florestais. Nas situações em que o incêndio foi causado por negligência, vandalismo ou criminalidade, há que promover campanhas de sensibilização e informação das populações.

Quanto ao abate de árvores, é preciso alterar a legislação, estabelecer limites e leis e desenvolver mecanismos de fiscalização eficazes para a reconversão das áreas ardidas. Também é necessário proteger e criar novas Áreas de Protecção Ambiental, evitando assim que a acção humana destrua a zona da floresta.

No caso das chuvas ácidas, é preciso estar atento à emissão de gases para a atmosfera e controlar a sua concentração.

Também é preciso dar muita atenção a esta problema, em termos políticos. Seria importante criar uma comissão que estudasse o problema das florestas, com representantes de todas as partes interessadas na questão, a fim de criar um desenvolvimento sustentável (unir objectivos ambientais, sociais e económicos).